sexta-feira, 22 de julho de 2011

Cientistas descobrem gene da mudança de sexo

Pesquisadores descobrem que a alteração de um gene específico faz com que células masculinas do testículo de ratos se transformem em células femininas.


Desenho esquemático da molécula de DNA

A alteração genética provocada nos ratos pode converter células do testículo em células femininas

São Paulo Pesquisadores descobriram que a perda de um determinado gene faz com que células masculinas do testículo de ratos se transformem em células femininas. O trabalho da Universidade de Minnesota foi publicada na Nature, uma das mais respeitadas revistas científicas do mundo.


O grupo liderado por David Zarkower e Vivian Bardwell removeu um gene importante do desenvolvimento masculino, o Dmrt1. Isso foi feito tanto em embriões como em animais adultos. Os resultados sugerem que a determinação do sexo masculino não se dá apenas na formação do embrião. O corpo precisa manter o gênero das células ao longo de toda a vida.

Nos mamíferos, os cromossomos sexuais determinam o futuro sexo do animal durante o desenvolvimento embriônico, estabelecendo se serão formados testículos ou ovários. As fêmeas são caracterizadas pelo par de cromossomos XX, e os machos pelo XY.

Por muito tempo, os cientistas assumiram que, uma vez que o sexo fosse determinado no embrião, ele seria final. Mas a descoberta mostra que a perda do Dmrt1 no testículo dos ratos (mesmo adultos) faz que com que muitas de suas células se tornem femininas. Além disso, os testículos mostraram sinais de estarem se transformando em ovários – ficando mais parecidos com os órgãos reprodutores femininos.

Uma pesquisa anterior já havia mostrado resultado similar nas fêmeas. Ao remover o gene Foxl2 dos ovários das fêmeas, suas células femininas se tornaram masculinas e os ovários começaram a parecer com testículos.

Os resultados, embora obtidos em ratos, podem ajudar a compreender como funciona o processo de transformar uma célula em outra- a chamada reprogramação – em humanos.

Além disso, porque o gene DMRT1 está associado aos casos de câncer, a pesquisa pode ajudar a desenvolver tratamentos para pessoas. É importante ressaltar, no entanto, que o estudo está relacionado à características genéticas e não possui nenhuma implicação de escolha ou orientação sexual.


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