Em São Paulo
*Atualizada às 16h30 (30/04/2010)
O governador da Flórida, Charlie Crist, declarou nesta sexta-feira (30) estado de emergência ante o avanço de uma mancha de petróleo no mar, após a explosão de uma plataforma no Golfo do México. A decretação de emergência no Estado norte-americano da Flórida ocorre após a parte do óleo derramado ter atingido a costa da Louisiana, localizado sul do país. Segundo meteorologistas, a mancha deve chegar a partir de segunda-feira (3) à costa da Flórida e representa uma grave ameaça para a enorme riqueza natural do estado.
A declaração abrange os condados de Escambia, Santa Rosa, Okaloosa, Walton, Bay e do Golfo, setores do Estado que são os mais expostos ao vazamento.
A região do Golfo conta com uma riquíssima indústria pesqueira que inclui camarões, ostras e centenas de espécies de peixes, além de uma ampla variedade de aves e vida silvestre.
Além de pedir ajuda federal, o governo da Flórida implantou uma série de ações preventivas com deslocamento para a região de agentes de seu departamento de Proteção do Meio Ambiente e da agência federal de resposta a emergências. Com esta medida, a Flórida pode receber ajuda do governo federal para fazer frente a uma eventual catástrofe ambiental.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou hoje que seu governo fará tudo o que for possível para responder ao derramamento de petróleo que começou depois da explosão da plataforma. Obama disse que, embora a concessionária da plataforma, a British Petroleum, seja responsável pelas tarefas de limpeza e contenção, o governo norte-amaricano está "completamente preparado" para cumprir sua parte para atenuar o desastre e proteger o litoral do Golfo, em colaboração com as autoridades locais e regionais.
Além disso, Obama ordenou uma avaliação a seu secretário do Interior, Ken Salazar, que será entregue em 30 dias, sobre quais as medidas de segurança adicionais devem ser adotadas para garantir que um acidente deste tipo não volte a se repetir no futuro.
Todas as plataformas em operação na região serão submetidas a uma nova inspeção e qualquer nova licença terá que provar que tem todas as garantias, ressaltou o presidente.
O governo americano redobrou os esforços nos últimos dias para enfrentar o desastre, em uma tentativa de resistir às críticas que sua resposta inicial foi demais lenta. Um desses esforços foi o envio de dois aviões Hércules C-130 ao Golfo do México, que vão borrifar substâncias químicas sobre a mancha de óleo. O sargento Bob Barko, porta-voz da Estação Aérea do Exército em Youngstown, no Estado de Ohio, informou que os aviões especializados saíram da base ontem.
O Pentágono afirmou hoje que os aviões estão prontos para atuar caso seja necessário. O Exército também enviou equipamentos para iniciar as tarefas de limpeza no mar. A Marinha americana informou na quinta-feira que parte do equipamento tinha começado a chegar à cidade de Gulfport, no Mississipi.
Vazamento faz Estados Unidos suspenderem novas perfurações na costa
No total, foram instaladas 66 mil barreiras flutuantes, que vão arrastando e contendo a mancha de óleo, além de sete sistemas que colhem o petróleo e o retiram do mar.
O Exército também está utilizando a Base Aérea e Naval de Pensacola, na Flórida, para armazenar barreiras adicionais, tratores, equipamentos de bombeamento e outros materiais utilizados pela Guarda Costeira.
Perigo ecológico
Uma equipe da Guarda Costeira ateou fogo a parte da mancha de petróleo, em uma tentativa de salvar o frágil ecossistema de pântanos da Louisiana. O Estado abriga cerca de 40% dos pântanos e mangues americanos e é o habitat de inúmeras espécies de peixes e aves.
A queima controlada da mancha foi feita em uma área cerca de 50 km a leste do delta do rio Mississippi, de acordo com as autoridades.
A plataforma Deepwater Horizon, que pertence à empresa suíça Transocean e estava sendo operada pela British Petroleum, explodiu na terça-feira passada e afundou na quinta-feira, depois de ficar dois dias em chamas. Onze trabalhadores desapareceram depois do desastre, que está sendo considerado o mais grave do tipo em quase uma década.
Os esforços para conter o vazamento são dificultados pela profundidade do poço, que está a cerca de 1.525 metros abaixo da superfície do mar. Engenheiros estão trabalhando na construção de um tipo de cúpula para cobrir o poço, impedindo que o petróleo chegue à superfície.
* Com informações das agências internacionais
Disponível em:
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2010/04/30/apos-atingir-costa-da-louisiana-florida-declara-estado-de-emergencia-apos-vazamento-de-petroleo.jhtm
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